BERLUSCONI E SARKOZY PEDEM
QUE SIRIA PARE COM A VIOLÊNCIA
AMÃ (Reuters) - Governos europeus pediram na
terça-feira que a
Síria
coloque um fim na violência, depois que o presidente
Bashar al-Assad enviou tanques para reprimir uma revolta
na cidade de Deraa. Segundo testemunhas, o Exército está
atirando a esmo e há corpos nas ruas.
Em Deraa, onde começou a insurreição contra o governo
de Assad, os moradores afirmaram que uma brigada do
Exército liderada pelo irmão mais novo de Assad, Maher,
bloqueou as ruas com tanques e está bombardeando e
invadindo residências e cercando pessoas.
As críticas internacionais à repressão de Assad,
agora em sua sexta semana, inicialmente eram escassas,
mas aumentaram depois da morte de 100 manifestantes na
sexta-feira e da decisão de Assad de invadir Deraa,
fazendo lembrar a matança promovida pelo pai dele em
1982 em Hama.
"Enviamos uma mensagem forte às autoridades de
Damasco para que parem com a repressão violenta aos
manifestantes pacíficos", disse o primeiro-ministro da
Itália, Silvio Berlusconi, numa entrevista coletiva
conjunta com o presidente da França, Nicolas Sarkozy, em
Roma.
Mais de 2 mil policiais foram enviados para o
subúrbio de Douma, em Damasco, na terça-feira, fazendo
bloqueios nas vias e verificando a identidade dos
moradores, disse uma testemunha à Reuters.
A testemunha relatou ter visto vários caminhões
verde-escuros nas ruas equipados com armas pesadas. Ele
disse que homens, que achava ser da polícia secreta,
portavam fuzis.
Na cidade costeira de Banias, as forças também
partiram para um possível ataque, enquanto os
manifestantes cantavam "o povo quer a derrubada do
regime", disse um ativista de direitos humanos.
Moradores em Deraa contatados por telefone disseram
que nuvens de fumaça negra subiam de todas as partes da
cidade e que eram ouvidos os disparos de artilharia
pesada e as salvas de Kalashnikov na Cidade Velha.
"Na rua em que estou há cerca de 10 tanques. O
objetivo deles é apenas destruir e destruir...Eles estão
bombardeando casas e as destruindo", disse Abu Khaldoun.
"As forças de Maher al-Assad se espalharam por todos
os lados e, com seus bloqueios, Deraa tornou-se uma
grande prisão. Você não pode sair sem colocar em risco
sua vida", disse o primo dele, Abu Tamer.
"Eles estão invadindo as casas...Estão cercando
dezenas de pessoas e as prendendo...Eles não deixaram
uma casa sem entrar", afirmou ele, acrescentando: "Onde
quer que você vá há tanques. Já se passaram dois dias e
os tiros não pararam."
Os moradores afirmaram que não estava claro quantas
pessoas haviam morrido desde que o Exército entrou em
Deraa na segunda-feira e que eles não são autorizados a
recolher os corpos que permanecem nas ruas.
"Eles não nos permitem reunir ou sair para buscar
alimentos ou remédios", disse ele. Os moradores
afirmaram que as forças empregaram atiradores de elite
na cidade, incluindo nos telhados.
(Reportagem adicional de Khaled Yacoub Oweis, em Amã;
de James Mackenzie, em Roma; de Sara Webb, em Amsterdã;
e de Sami Aboudi, no Cairo) Fonte
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