FIDEL CASTRO RENÚNCIA À
LIDERANÇA DO PARTIDO COMUNISTA CUBANO
O líder cubano Fidel Castro confirmou sua
renúncia à liderança máxima do Partido Comunista de Cuba
(PCC), seu último alto cargo político, ao pedir para ser
excluído do Comitê Central, principal órgão da formação,
em um artigo publicado nesta terça-feira.
"Raúl sabia que eu não aceitaria na atualidade cargo
algum no Partido", afirma Fidel, ao explicar em um texto
no portal Cubadebate.cu sua "ausência" no novo Comitê
Central do PCC, eleito segunda-feira pelo VI Congresso
do PCC.
Fidel Castro, 84 anos, ocupava o cargo de primeiro
secretário do Comitê Central do PCC - o principal no
regime comunista - desde a criação do partido, o único
legal em
Cuba, em 1965. Seu irmão Raúl é o segundo na
hierarquia e provavelmente será o sucessor.
O dirigente comunista confirmou assim o que havia
afirmado em março sobre a renúncia ao comando do PCC.
Fidel cedeu a Raúl a liderança em julho de 2006, em
consequência de uma grave doença, mas continuos sendo
chamado de primeiro secretário.
"Ele sempre foi quem me chamava de Primeiro
Secretário e Comandante-em-Chefe, funções que como se
sabe deleguei na Proclama divulgada quando fiquei
gravemente enfermo", reiterou Fidel.
"Nunca tentei, nem podia fisicamente exercê-las,
apesar de ter recuperado consideravelmente a capacidade
de analisar e escrever. No entanto, ele nunca deixou de
transmitir-me as ideias que projetava", completou.
Fidel destacou ter afirmado ao irmão que não desejava
ser incluído na lista de candidatos ao Comitê Central,
quando Raúl declarou que seria "muito duro" excluir
dirigentes "que pela idade ou saúde não poderiam prestar
muitos serviços ao Partido".
"Não hesitei em sugerir que não excluísse estes
companheiros de tal honra, e acrescentei que o mais
importante era que eu não aparecesse na lista. Penso que
recebi muitas honras. Nunca pensei em viver tantos
anos".
O líder comunista indicou ainda que votou ao meio-dia
de segunda-feira, quando recebeu a cédula. O site
Cubadebate.cu publica oito fotos de Fidel no momento.
Fidel Castro afirma ainda no artigo que a parte do
discurso do irmão, de 79 anos, na abertura do Congresso
sábado, que mais chamou sua atenção foi a proposta de
limitar a um máximo de dois mandatos consecutivos de
cinco anos o período nos cargos governistas, incluindo
os de presidente do país e primeiro-secretário do PCC.
"Me agradou a ideia. É um tema sobre o qual eu
meditei muito. Devo confessar que nunca me preocupei
realmente com o tempo que estaria exercendo o papel de
Presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros e
Primeiro Secretário do Partido", revela.
Castro, que longe do poder se dedica a ler e escrever
sobre a política internacional, chegou ao poder em 1º de
janeiro de 1959 com a revolução que derrubou o ditador
Fulgencio Batista e desde então concentrou os poderes no
governo.
Além da eleição do novo Comitê Central, os 1.000
delegados do O VI Congresso do PCC aprovaram o programa
de reformas de abertura proposto pelo presidente Raúl
Castro para atualizar o modelo socialista em vigor há
meio século, que pretende deixar para trás o esgotado
modelo ultracentralizado soviético. Fonte
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