Quando os alimentos light surgiram depois da
febre dos diet, a confusão para os consumidores teve
início. Nos últimos tempos, os chamados produtos zero
passaram a atrapalhar ainda mais a população. A
legislação brasileira até obriga que os rótulos das
embalagens tragam todas as informações necessárias. A
obrigatoriedade, no entanto, ainda não é suficiente para
esclarecer as pessoas que chegam até as prateleiras dos
supermercados preocupadas com a saúde. Nem todo mundo
consegue decifrar as informações impressas na embalagem
dos produtos industrializados, por exemplo. Sem a devida
orientação, os consumidores sofrem para selecionar
aquilo que considera mais adequado ao seu perfil.
"Pelos relatos que nós ouvimos dos
pacientes, muitos ainda tem dificuldades em entender os
rótulos. Eles não consideram as embalagens tão
esclarecedoras", relata a nutricionista Karine Zortea. De
acordo com a profissional, existe até um risco caso a pessoa
engane-se em trocar um produto. "Um diabético pode trocar
por engano um produto dietético por um light por achar que é
a mesma coisa", diz.
Entenda os rótulos
Diet: Tem
isenção de açúcar e/ou proteína e/ou gorduras.
Normalmente é indicado para portadores de doenças
metabólicas como diabetes. Alimentos diet podem ter
valor calórico maior que aqueles que contêm açúcar e nem
sempre são úteis para perda de peso.
Light: Possui
redução de calorias ou açúcares ou gorduras ou sódio ou
outro nutriente em relação ao produto original. É
indicado para pessoas que desejam reduzir o teor de
açúcares, gorduras ou sal na alimentação. Nem todo
alimento light é próprio para perda de peso. A redução
calórica em certos alimentos é muito pequena.
Zero: Promete
isenção de açúcar com redução de calorias ou isenção de
nutrientes em relação ao produto original. De modo geral
as indicações são semelhantes aos dos alimentos light.
Quando o alimento é zero por isenção de açúcares também
pode ser consumido por diabéticos.
Cuidado com as
embalagens
Os consumidores devem estar muito atentos para não
tomarem como referência o número de calorias exibido nas
embalagens de alimentos. Segundo especialistas, as
informações contidas nos rótulos podem estar até 25%
acima do total de energia realmente fornecida pelo
produto. A notícia é até animadora para quem vive
lutando contra a balança, mas o sistema de contagem de
calorias utilizado como referência atualmente é
ultrapassado e também pouco eficaz.
Karine explica também uma outra pegadinha que estamos
sujeitos a esbarrar nas hora das compras: "O alimento
diet isento de açúcar pode ser ao mesmo tempo rico em
gorduras. Para quem quer perder peso, por exemplo, o
recomendável é buscar um alimento light". Em outro
exemplo, no caso de refrigerantes, os produtos diet,
light e zero não contêm açúcar e apresentam nenhuma ou
menos que 4 kcal por 100 ml. A mudança da terminologia
não implica em diferenças nutricionais significativas e
a diferença entre os produtos está no tipo e quantidade
de adoçantes utilizados.
Nos refrigerantes a base de cola, uma lata de 350 ml,
nas versões diet, light e zero, apresenta zero kcal
(calorias) e zero grama de açúcar. Já a versão comum
possui 148 kcal e 37g de açúcar.
O importante é que o consumidor compreenda as diferenças
nas nomenclaturas utilizadas na rotulagem dos alimentos
é um direito do consumidor e mais uma ferramenta para
escolhas corretas e saudáveis, mas na hora de comprar
evite se impressionar com os termos em destaque. Leia a
embalagem, verifique as informações nutricionais e
compare os produtos. Fonte