A maior parte dos motoristas pode não notar uma
faixa branca no meio de alguns semáforos de São Paulo.
Mas essa medida, implantada pela Companhia de Engenharia
de Tráfego (CET), faz a diferença quando os condutores
dos veículos são daltônicos, pessoas com problemas para
diferenciar as cores, e uma confusão entre o vermelho e
o verde tem grandes chances de terminar em acidentes no
trânsito.
As mudanças nos semáforos paulistanos começaram no
fim do ano passado e, de acordo com o programa elaborado
pela CET, serão adaptados todos os 17 mil semáforos "com
braços" - aqueles que ficam suspensos no meio da rua e
não colocados em postes nas laterais. São ajustes
simples e de baixo custo, mas que deixam os equipamentos
mais visíveis para os daltônicos à noite.
Estão sendo trocados apenas os anteparos pretos que
ficam atrás das lâmpadas por outros mais novos e que
possuem uma faixa reflexiva branca na altura da luz
amarela. Essa adaptação permite aos daltônicos saber
qual lâmpada está acesa no período noturno. Apesar de
não reconhecerem as cores, esses motoristas conseguem
identificar em um semáforo qual está mais brilhante por
causa do contraste. A dificuldade é que, no período
noturno, o daltônico não enxerga todo o equipamento, mas
apenas a luz, sem um referencial se é a que está em cima
(vermelha) ou embaixo (verde).
Atualmente cerca de 300 equipamentos já estão com a
faixa reflexiva branca, em bairros como Vila Mariana,
Ibirapuera, Itaim-Bibi e Jardim América, todos na zona
sul da capital. As trocas são feitas quando um
equipamento necessita manutenção ou quando é substituído
por um novo. Por isso, é difícil estimar o custo total
da medida.
São Paulo é o segundo município brasileiro a adotar
essa faixa reflexiva e elaborar um programa para manter
semáforos adaptados em toda a cidade. A primeira cidade
foi Campinas, que começou a experiência em 2003 e foi
ampliando aos poucos a quantidade de equipamentos
adaptados. Atualmente, 70% dos 445 cruzamentos com
semáforos na cidade têm o recurso. Fonte