OBAMA PEDE AO POVO QUE
PRESERVEM SOLVÊNCIA DOS EUA
Washington, 11 jul (EFE).- O presidente dos Estados
Unidos, Barack Obama, desafiou nesta segunda-feira
republicanos e democratas a pagarem o preço político por
um acordo que impeça que o país suspenda em breve os
pagamentos de suas dívidas e inicie a redução de seus
deficit fiscais.
"Os Estados Unidos sempre pagaram suas dívidas, e não
deixarão de pagá-las", prometeu Obama em entrevista
coletiva na qual assegurou que será fechado um acordo
que aumente o empréstimo nacional antes que o país
ultrapasse seu limite atual fixado em US$ 14,29
trilhões.
Por sua vez, o presidente da Câmara de
Representantes, o republicano John Boehner, disse pouco
antes do início de outra reunião com Obama na Casa
Branca que as propostas feitas pelo governante seguem
sendo "inaceitáveis, porque incluem aumentos de
impostos".
Boehner concordou com Obama que é necessário aumentar
o limite de empréstimo autorizado pelo Congresso, mas
sustentou que isso deve refletir "um entendimento
bipartidário sobre a necessidade de reduzir a despesa do
Governo".
Obama disse que está "pronto para aguentar muitas
críticas" de seu próprio Partido Democrata, e
acrescentou que espera que "os republicanos também
estejam dispostos, se é que realmente querem o que dizem
que querem".
Os EUA são um dos poucos países onde o nível de
endividamento nacional requer a aprovação do
Legislativo. Tradicionalmente, o Congresso revisou com
tempo o teto da dívida, mas neste ano pré-eleitoral e de
baixo crescimento econômico, a questão se transformou em
refém das lutas partidários.
O que está em disputa é quais mecanismos adotará o
governo para reduzir seu déficit, que neste ano chegará
a cerca de US$ 1,2 trilhão. De acordo com suas posições
tradicionais, os republicanos querem mais cortes nas
despesas sem que haja mais impostos, e os democratas
querem preservar os programas sociais e cobrar mais
impostos aos ricos.
Mas esta controvérsia anual se combinou agora com a
proximidade do limite do endividamento, que será
atingido em 2 de agosto. A possibilidade de ver a
primeira economia do mundo em moratória, mesmo que por
poucos dias ou semanas, é inimaginável em todos os
círculos financeiros.
Os republicanos, com apoio do movimento Tea Party,
que forma sua ala mais militante na Câmara de
Representantes, se opõem a aprovar um aumento do
empréstimo autorizado, se não conseguirem o que querem
em cortes do gasto público.
Como lembrou hoje Obama, os EUA nunca deixaram de
pagar suas dívidas, e por enquanto, embora restem apenas
três semanas para que vença o prazo, os mercados
financeiros não mostram muita apreensão por uma eventual
moratória, mas o tempo joga contra.
A respeito do limite de endividamento, o presidente
americano afirmou que não aceitará acordos provisórios
que adiem o prazo por 30, 90 ou 180 dias, e sustentou:
"seria irresponsável que sigamos postergando o aumento".
"Temos um imperativo moral de lidar com a dívida e
com o déficit, e escutamos isso várias vezes dos
republicanos", disse Obama.
"Se não for agora, quando?", questionou-se várias
vezes o presidente americano, pensando que dentro de
seis meses começará a campanha para as eleições
presidenciais e gerais de 2012.
"Um acordo requereria que tanto democratas como
republicanos cedam um pouco no que foram seus princípios
intocáveis, desde os impostos aos programas sociais",
explicou Obama.
"Mas o que eu não posso aceitar e não aceitarei é um
acordo no qual cedamos tudo e não obtenhamos nada",
acrescentou. Fonte
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