O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi,
reconheceu, nesta segunda-feira, sua derrota em todos os
temas votados nos referendos realizados no domingo e na
segunda-feira. Os italianos rejeitaram, em massa, o uso
da energia nuclear, a privatização do setor de
abastecimento de água e a
imunidade jurídica para o premiê, mostraram
dados oficiais.
De acordo com informações do ministério do Interior,
com 83% dos votos apurados, o comparecimento às urnas
estava em 57%, indicando que o quórum mínimo superior a
50% será facilmente alcançado. Segundo uma pesquisa
prévia feita pela empresa EMG para o canal de televisão
A7, o número final no que se refere à participação
popular deve ficar entre 54,5 e 59,5%.
Teste - Os referendos são
considerados na Itália como um novo teste de apoio a
Berlusconi após o revés
eleitoral sofrido nas últimas eleições
municipais, quando seu partido perdeu a Prefeitura de
Milão.
As votações decidem sobre os impostos e a
privatização do setor de distribuição de água, além de
duas leis fortemente defendidas pelo premiê: a volta à
energia nuclear e a adoção de um “escudo judicial” para
o primeiro-ministro. Esta última é uma medida bastante
conveniente para o governo, já que Berlusconi responde
na Justiça por diversos crimes. Entre eles,
abusar de seu poder e
manter relações sexuais com menores de idade.
Reação - Poucas horas antes do
fechamento dos colégios eleitorais, Berlusconi, um dos
principais defensores do retorno à energia nuclear, já
havia dado por perdida a consulta: "A Itália deverá
dizer adeus à questão das usinas nucleares e, portanto,
teremos de comprometer-nos fortemente no setor das
energias renováveis". Fonte