A comerciante Luciana Almeida, viúva do participante
da 9° edição do Big Brother Brasil André Luís
Gusmão de Almeida, 37 anos, antecipou ao Terra o
que pretende dizer à polícia no início da tarde desta
quinta-feira, quando prestará o primeiro depoimento
formal à polícia. "Tenho alguns suspeitos, mas não posso
falar. Não foi qualquer ladrãozinho que fez isso, não."
Ela não tem dúvida sobre como tocará a vida após a
morte do marido. "O sushi é meu ganha-pão, o restaurante
não tem nada a ver com o que aconteceu", afirma com
firmeza em entrevista exclusiva na propriedade onde o
crime aconteceu. Tem planos de divulgar o
estabelecimento em um programa no horário nobre de uma
rede de TV para que os clientes esqueçam o assassinato.
André Luís Gusmão de Almeida foi morto a menos de 50 m
do sushi bar na madrugada de quarta-feira. O crime
aconteceu na casa anexa onde o casal costumava receber
visitas. O imóvel deve ser demolido. "Vendi muitos
cupons pela internet, tenho clientes que compraram e já
marcaram, preciso atendê-los", explica.
Sua preocupação em dar continuidade aos negócios é
justificada na necessidade de sustentar quatro filhos,
três meninos e uma menina, agora com a lacuna deixada
por um marido sempre presente e que foi morto de forma
abrupta com um tiro na nuca 34 horas antes de conversar
com a reportagem.
Luciana relatou que a Polícia Militar não teria
permitido que ela visse o marido ferido de morte. Para
evitar que presenciasse a cena, as primeiras autoridades
a chegar e socorrer o ex-BBB teriam dito que ele havia
sido "sequestrado" para levá-lo ao hospital sem o
conhecimento dela. Mais tarde, ao receber a notícia do
falecimento do companheiro, Luciana diz que se
desesperou e agrediu o médico. "Eu disse 'é mentira' e
comecei a dar porrada nele, preciso pedir desculpas
agora", disse.
Além dos filhos, Cowboy deixou para Luciana uma
dívida que estaria na casa dos R$ 60 mil. Abordada no
sítio enquanto se preparava para ser levada à delegacia,
Luciana se desculpou pela pressa, mas relatou com
detalhes o que se passara na véspera e pretendia relatar
em depoimento à polícia. Disse que espera a prisão do
assassino que matou seu marido e indicou que a morte
pode estar relacionada a esta dívida. "Se for ele mesmo
(o credor), quero que fique na cadeia. Mas, se não foi
ele, também não vou pagar (a dívida)", disse a
comerciante.
Cena do crime
As noites costumam ser de breu total no rancho
localizado em um acesso do km 79 da rodovia Raposo
Tavares em Alumínio, no interior de São Paulo, relatou
Luciana. Ouvindo o latido de seus dois cachorros e sem
conseguir ver de dentro de casa o que acontecia, André
gritou "Cala a boca! Alemão, Letícia!", dirigindo-se aos
animais. Como continuavam agitados, o Cowboy levantou da
cama e foi para o lado de fora do sobrado de tijolos à
vista. "Disse amor, fica que está frio!", disse a mulher
do ex-integrante do Big Brother Brasil.
Como não foi atendida, saiu para procurar o marido
gritando por ele. "Amor, não faz assim!", apelou,
acreditando que o marido se escondia como brincadeira.
Sem encontrá-lo, teria então chamado a PM. Entre o
momento que André levantou da cama até telefonar ao 190
teriam passado 5 minutos.
Para Luciana, mais de uma pessoa participou do crime.
Segundo ela, deveriam ser ao menos dois homens, que
devem ter rendido o marido e o levado à força até a casa
onde ele teria sido executado. "Não ouvi barulho de
tiro, acho que usaram um silenciador", disse a viúva. Fonte