OTAM BOMBARDEIA TRÍPOLI
PARA QUE KADAFI DEIXE O PODER
TRÍPOLI (Reuters) - Aviões de guerra da Otan
realizaram nesta terça-feira alguns de seus ataques
aéreos mais pesados sobre Trípoli, e os
Estados
Unidos disseram que o líder líbio Muamar Kadafi
"inevitavelmente" será forçado a deixar o poder.
Pelo menos 12 grandes explosões sacudiram a capital
nas primeiras horas. O porta-voz do governo, Mussa
Ibrahim, disse que três pessoas foram mortas e 150
ficaram feridas.
Ele declarou que os ataques tiveram por alvo um
complexo da Guarda Popular e um destacamento militar de
base tribal. Mas pessoas e "material útil" foram
retirados do complexo antes do ataque, e as vítimas
foram moradores locais.
"Esta foi mais uma noite de bombardeios e
assassinatos da Otan", afirmou Ibrahim aos repórteres.
A Otan, que tem apoiado os rebeldes anti-Kadafi com
ataques aéreos nos últimos dois meses, disse em um
comunicado que mirou "uma instalação de armazenamento de
veículos" próxima ao principal complexo governamental em
Trípoli.
"Esta instalação é conhecida por ter sido ativa
durante a repressão inicial da população em fevereiro de
2011 e continuou a sê-lo desde então; reabastecendo as
forças do regime que vêm conduzindo ataques contra civis
inocentes."
Lideradas por
França,
Grã-Bretanha e EUA, as aeronaves de guerra da Otan têm
bombardeado a
Líbia
desde que a Organização das Nações Unidas autorizaram
"todas as medidas necessárias" para proteger civis das
forças de Kadafi na guerra civil do país.
Críticos argumentam que a Otan extrapolou seu mandato
e está tentando promover diretamente a queda de Kadafi.
Os rebeldes, entretanto, têm se queixado de que as
forças ocidentais não têm feito o suficiente para
derrotar o Exército de Kadafi.
"Degradamos sua máquina de guerra e evitamos uma
catástrofe humanitária", escreveram o presidente
norte-americano Barack Obama e o primeiro-ministro
britânico David Cameron no jornal The Times. "E
continuaremos a aplicar as resoluções da ONU com nossos
aliados até terem sido completamente cumpridas."
A resolução 1973 do Conselho de Segurança da ONU,
aprovada no dia 17 de março, estabeleceu uma zona de
exclusão aérea, clamou por um cessar-fogo, pelo fim do
ataque contra civis, respeito pelos direitos humanos e
esforços para satisfazer as aspirações da Líbia. Kadafi
nega que suas forças mirem civis e descreve os rebeldes
como criminosos e extremistas religiosos.
A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton,
disse em uma coletiva de imprensa em Londres na
segunda-feira: "Nós acreditamos de fato que o tempo
corre contra Kadafi, que ele não pode retomar o controle
do país".
Ela declarou que a oposição organizou um conselho
interino crível e legítimo que está comprometido com a
democracia.
"Suas forças militares estão melhorando e quando
Kadafi inevitavelmente sair, uma nova Líbia estará
pronta para seguir adiante", disse. "Temos muita
confiança no que nossos esforços conjuntos estão
produzindo." Fonte
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