BRASIL DECIDE SE ABSTER NA
RESOLUÇÃO SOBRE LIBIA
Lisboa, 29 mar (EFE).- A presidente Dilma
Rousseff justificou a decisão do Brasil de se abster na
votação do Conselho de Segurança da ONU sobre a
intervenção militar na Líbia, alegando risco de causar
mais danos à população civil, em entrevista divulgada
nesta terça-feira pelo canal de televisão português
"SIC".
Dilma, que está de visita oficial a Portugal, afirmou
que o líder líbio Muammar Kadafi está violando os
direitos humanos, mas que "bombardear e invadir a Líbia
não é uma garantia" de que o conflito será solucionado.
A presidente assinalou que a situação da Líbia "não é
igual à do
Egito, é mais uma guerra civil", e ressaltou que
"todas as práticas de extermínio com ataques a civis
devem ser repudiadas pela comunidade internacional",
seja na Líbia, no Iêmen ou no Bahrein.
Ela argumentou que a abstenção do Brasil no Conselho
de Segurança - medida tomada também por Rússia, China,
Índia e
Alemanha - foi motivada pelas dúvidas de que uma
zona de exclusão aérea pudesse impedir danos aos civis.
"É preciso encontrar uma solução favorável à população".
Quando perguntada sobre se lhe incomodou o anúncio do
início da operação militar na Líbia feito em solo
brasileiro pelo presidente americano, Barack Obama,
Dilma respondeu que prefere que não haja declarações de
guerra "em nenhum território".
A presidente ressaltou que não está de acordo com
aqueles que consideram a recente visita de Obama ao
Brasil
um fracasso, e destacou que o objetivo da viagem do
líder americano era "articular uma relação entre
iguais"; por isso, ela pediu aos
Estados
Unidos que estudem eliminar as tarifas às
exportações brasileiras.
Sobre isso, Dilma advertiu que, até que não se
resolva esta questão, o Brasil manterá a política de
triangulação, que consiste em vender produtos à China
para que o gigante asiático revenda os produtos aos EUA. Fonte
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