SARKOZY
VAI AO JAPÃO
PARIS, 29 de março, 10h01 (Reuters) - A França
anunciou na terça-feira que enviou especialistas
nucleares ao
Japão
para ajudar com o problema da usina nuclear danificada
em Fukushima e que o presidente Nicolas Sarkozy irá a
Tóquio esta semana, o primeiro líder estrangeiro a
visitar o país desde o terremoto deste mês.
Também em seu papel de presidente dos agrupamentos
econômicos G20 e G8, Sarkozy vai se reunir na
quinta-feira com o primeiro-ministro Naoto Kan e com
franceses radicados no Japão, depois de abrir um
seminário do G20 em Nanjing, China, sobre a reforma
monetária global.
A pedido das autoridades japonesas, que desde o
terremoto de 11 de março estão lutando para impedir um
desastre na usina danificada de Fukushima, a França está
enviando ao país especialistas nucleares da Areva e de
seu organismo de pesquisas nucleares, CEA.
A França é o país do mundo mais dependente da energia
nuclear --cerca de 75 por cento da energia que consome
vem de 58 reatores nucleares espalhados pelo país-- e
está vendendo em todo o mundo reatores produzidos pela
estatal Areva.
"Enviamos dois especialistas, um do CEA e outro da
Areva, para transmitir nossa experiência com o
bombeamento e tratamento de água radiativa", disse a
jornalistas a ministra francesa do Meio Ambiente,
Nathalie Kosciusko-Morizet.
Os dois especialistas trabalharão no escritório da
Areva em Tóquio, em cooperação com a operadora da usina,
a Tokyo Electric Power Company (Tepco), e não na própria
usina, informou uma representante da Areva.
A Areva tem uma joint venture com a Mitsubishi para a
produção de bastões de combustível nuclear e tem 100
funcionários no Japão, em sua maioria vendedores.
A crise japonesa acontece em um momento delicado para
a indústria nuclear francesa, um dos poucos setores em
que o país pode legitimamente ser descrito como líder
mundial.
Mas a Areva vem enfrentando problemas que se somam à
pressão política imposta a sua executiva-chefe, Anne
Lauvergeon, uma das executivas mais poderosas da França,
cuja indicação para um segundo mandato no cargo está em
dúvida agora.
O primeiro reator de próxima geração produzido pela
empresa, o EPR, vem sofrendo atrasos e excedendo os
custos previstos na Finlândia, onde está sendo
construído, e em 2009 a empresa perdeu para um consórcio
sul-coreano um contrato de 40 bilhões de dólares em Abu
Dhabi.
O gabinete de Sarkozy disse que o presidente não será
acompanhado por especialistas nucleares em sua visita e
que ele vai oferecer apoio à população japonesa.
A Tepco pediu ajuda à Areva e à empresa elétrica
francesa Electricité de France SA em sua luta para
conter a pior crise atômica mundial em 25 anos.
Dois dos seis reatores da usina em Fukushima são
considerados estáveis, mas os outros quatro estão
voláteis. Operários se esforçam para reiniciar a
operação das bombas de resfriamento dos reatores
danificados pelo terremoto de 9,0 graus e depois
encharcados por jatos de água.
O desafio imediato é bombear para fora a água
radiativa que inundou os porões e está impedindo o
religamento da energia elétrica, e o plutônio encontrado
no solo da usina na segunda-feira intensificou ainda
mais a pressão sobre a operação. Fonte
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