O diretor presidente da BM&FBovespa, Edemir
Pinto, acredita que o ano de 2011 na bolsa será marcado
pela abertura de capital de empresas com atuação em
setores associados ao consumo. Durante cerimônia que
marcou o início das negociações dos papéis da Droga
Raia, o executivo enfatizou que outras empresas com
perfil semelhante devem seguir o caminho da rede de
varejo farmacêutico. "Acredito que boa parte dos IPOs
(abertura de capital das empresas) será atrelada ao
setor de consumo", destacou.
Questionado se outras redes farmacêuticas podem se
juntar à Droga Raia e à Drogasil ao grupo de empresas do
setor com capital aberto, Edemir Pinto despistou, para,
em seguida, afirmar que aposta em outra área ligada à
saúde: a de laboratórios farmacêuticos. "O aumento da
renda per capita vai começar a fazer diferença a partir
de agora, principalmente no setor de consumo", reforçou,
sem dar pistas sobre as possíveis interessadas.
Antes de chamar os executivos da Droga Raia para o
toque da campainha, ato que simboliza o início do
pregão, o executivo aproveitou a cerimônia oficial do
último IPO do ano para fazer um balanço de 2010. "Este é
o 11º IPO do ano, em operações que já movimentaram R$ 11
bilhões. Se considerarmos também ofertas feitas por
empresas que já estão na Bolsa, dá um volume total de R$
149 bilhões, o maior da história", destacou Edemir Pinto
hoje pela manhã.
O resultado, impulsionado principalmente pela
megacapitalização da Petrobras, representa um salto de
224% em relação ao movimento total de R$ 46 bilhões do
ano passado, quando foram realizadas 24 ofertas, das
quais seis aberturas de capital. E esse número poderia
ser ainda maior, segundo Edemir Pinto. "O resultado de
2010 ficou aquém de nossa expectativa, principalmente em
relação ao número de IPOs, mas o volume de registros na
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é algo que nos
motiva muito", completa.
Além do ingresso de novas empresas na Bolsa, Edemir
Pinto se mostra otimista em 2011 com programas como
Bovespa Mais, idealizado para tornar o mercado acionário
brasileiro mais acessível a um número maior de empresas.
"Vamos colocar este segmento como benchmark para 2011",
afirmou o executivo. A previsão da BM&FBovespa é de que
um novo requerimento de ingresso de companhia no Bovespa
Mais possa ser aprovado até o final deste ano.
Droga Raia
A abertura de capital da Droga Raia, a mais antiga
rede de farmácias do País, representa o primeiro IPO de
uma empresa de comércio farmacêutico deste ano. Para o
diretor-presidente da rede, Antonio Carlos Pipponzi, a
abertura de capital representa um "marco" na história da
empresa fundada em 1905, em Araraquara (SP), que possuía
apenas sete unidades até o início da década de 1980 e
encerrou setembro passado com 326 lojas. "Agora queremos
crescer mais. A abertura de capital fortalece a Raia
para seguir com seu plano de expansão, mantendo os
mesmos princípios de seu modelo de governança
corporativa", afirmou.
A Droga Raia é a quinta maior rede de drogarias do
País e, nos nove primeiros meses de 2010, registrou
receita bruta de R$ 1,35 bilhão e Ebitda de R$ 57,2
milhões. A operação de abertura de capital movimentou
até R$ 654,7 milhões, conforme registrado pela empresa
na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).