Ex-candidato mexicano é
libertado após 7 meses de sequestro
O ex-candidato presidencial Diego Fernández de
Cevallos, o político de maior escalão sequestrado na
história recente do México, foi libertado nesta
segunda-feira, após sete meses de cativeiro e anunciou,
diante das câmeras de TVM que retomará a vida pública.
"Estou bem, graças a Deus, (quero dizer) que estou forte
e que minha vida seguirá a mesma. No que se refere aos
sequestradores, com certeza como homem de fé já perdoei
e como cidadão acredito que as autoridades têm uma
tarefa pendente", disse.
Fernández de Cevallos, uma das pessoas mais
representativas do Partido da Ação Nacional (PAN), 69
anos, usava barba branca longa e espessa e exibindo um
semblante visivelmente magro, e chegou dirigindo o
próprio carro à casa onde concedeu a entrevista. Após
agradecer a discrição com que a mídia lidou com seu
caso, disse que continuará atuando na vida pública
mexicana "sem arrogância, mas com definição e com
coragem" e citou de memória alguns versos de "Dom
Quixote".
O ex-candidato à presidência nas eleições de 1994 foi
libertado nesta segunda-feira após o mais longo
sequestro da história recente do México, e depois da
imprensa publicar, no domingo, uma mensagem do grupo "Os
Misteriosos Desaparecedores", que reivindicava o
sequestro como "um golpe político à plutocracia" do
país.
Meios de comunicação informaram em outubro que a
família de Fernández Cevallos havia pago um resgate de
pelo menos 20 milhões de dólares, versão que não foi
desmentida pela família. A libertação foi confirmada
esta segunda-feira pelo ex-legislador Fauzi Hamdan,
considerado um sócio de Fernández de Cevallos, que
ratificou uma informação divulgada primeiro pela rede
Televisa.
O presidente Felipe Calderón, em cujo gabinete
ministerial participaram dirigentes próximos a Fernández
de Cevallos, publicou um comunicado no qual ressaltou
que continuará "as investigações para apreender os
responsávels e levá-los à Justiça". Fernández de
Cevallos foi capturado em 15 de maio, ao chegar de carro
à sua fazenda, no estado de Querétaro (centro). Poucos
dias depois, sua família pediu ao governo que
suspendesse as investigações para estabelecer uma
negociação com os sequestradores.