Apple barra mulher nua no
iPad
A revista "Playboy" foi uma das pioneiras a
chegar à internet, em 1994. E também teria sido uma das
primeiras a estrear no iPad se não fosse pelo
conservadorismo do criador, Steve Jobs.
"Eles censuram o produto, simples assim", disse o
fundador da revista, Hugh Hefner, à Folha. "Eles
precisam ser mais tolerantes. Acredito que o futuro é
obviamente cada vez mais longe da censura e da
repressão."
Atualmente, só existe um aplicativo da revista para
iPhone, que pode ser visto em iPad, mas sem foto de
mulher pelada. É como se Hefner voltasse aos anos 50,
quando o correio americano boicotava sua distribuição.
"A sociedade ficou mais liberal, mas ao mesmo tempo é
uma batalha constante", afirmou. "Ainda existe esse
politicamente correto na América que certamente perpetua
todos esses tabus."
Foi com esse discurso pela liberdade de expressão e
contra o puritanismo que Hefner batalhou pela existência
da "Playboy" durante décadas, sendo um dos agitadores da
revolução sexual dos anos 60.
Essa faceta rebelde está num documentário com mais de
três horas lançado neste ano nos EUA e que tem estreia
prevista no Brasil em março. Mas há alguma coisa sobre
Hefner que possa ainda de fato surpreender?
"Minha vida é um livro aberto. Mas acho que as
pessoas projetam suas visões, valores, preconceitos e
fantasias na 'Playboy' e na minha vida. O que as pessoas
sabem da minha vida depende de quem elas são",
respondeu.
Atualmente, ele dá festas na sua mansão cujos
ingressos são revertidos em parte para instituições
beneficentes. E, neste ano, ajudou a criar um fundo de
US$ 12 milhões (cerca de R$ 20,5 milhões) para preservar
o letreiro de Hollywood, que corria risco de perder seu
terreno.
TWITTER NO IPAD
Apesar da birra com a Apple, é de um iPad que o
octogenário americano manda suas mensagens pelo site do
microblog Twitter.
"É verdade", disse ao telefone, rindo. "Ganhei de
aniversário da Crystal [Harris, namorada]."
Ele tem mais de 400 mil seguidores e segue apenas
quatro: Harris, o site da "Playboy" e seus filhos. As
mensagens são frequentes e parecem de família
tradicional.
"Natal é meu feriado favorito e este será especial
porque Crystal, os meninos e eu estamos mais próximos",
escreveu recentemente.
Na semana passada, foram os quatro a um restaurante
de Los Angeles e publicaram fotos no site com hashis na
boca, como se fossem longos dentes de coelhinhos.
"Não havia nada como o Twitter. Tem menos a ver com
comunicação com amigos e sim com fãs", disse à Folha.
"Vejo muitos fãs do Brasil. E da Europa e do resto do
mundo. Transforma o mundo numa aldeia global."
Ele costuma responder recados de seguidores e até
retrucar provocações. "Não respondo para quem me chama
de vovô", escreveu. "Na verdade, eu tuíto da cama. Meu
melhor trabalho eu faço deitado", escreveu para uma fã
no mês passado.
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