Wikileaks: Uribe cogitou
atacar Venezuela
O ex-presidente da Colômbia, Alvaro Uribe,
considerou uma ação militar contra a Venezuela em 2008
se o presidente venezuelano, Hugo Chávez, expandisse sua
agenda socialista na América Latina, revelou um
telegrama diplomático dos Estados Unidos. O documento
liberado recentemente está entre os 250 mil telegramas
norte-americanos que foram publicados pelo website
WikiLeaks.
"A melhor contenção a Chávez, na visão de Uribe,
permanece a ação - incluindo o uso dos militares", teria
escrito o embaixador norte-americano em Bogotá, William
R. Brownfield, em um documento que descreve uma reunião
entre Uribe e o principal militar do governo dos EUA, o
almirante Mike Mullen, em 17 de janeiro de 2008.
Uribe, um resoluto aliado dos EUA, disse que Chávez
tinha "um plano para avançar sua agenda bolivariana
(socialista) em cinco a sete anos" a regiões da América
do Sul e expressou preocupações de que o líder
venezuelano usaria insurgentes da guerrilha das Forças
Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) para
ajudá-lo, consta no texto do documento.
"Uribe disse que Chávez havia se comprometido a
derrubá-lo ao usar a insurgência das Farc dentro da
Colômbia", afirma um trecho do documento, assinado pelo
então embaixador dos EUA na Colômbia.
Uribe parecia particularmente consternado com a
ameaça de Chávez em mudar a designação das Farc de
organização terrorista para "status beligerante" e
procurou ajuda norte-americana para "convencer os países
da América Latina de que a abordagem de Chávez às Farc
estava errada e prejudicaria a Colômbia e a democracia
na região", revela o documento.
Uribe afirmou "que estava preparado para autorizar os
militares colombianos a cruzarem a fronteira para dentro
da Venezuela, deterem líderes das Farc e trazê-los de
volta para julgamento na Colômbia" e que seu país
colocou prioridade em atingir "alvos de alto valor".
Equador
Apenas seis meses após o documento norte-americano
ter sido escrito, Uribe aprovou um ataque contra um
acampamento clandestino das Farc no norte do Equador,
próximo à fronteira sul da Colômbia, no qual foram
mortos 25 insurgentes da guerrilha, incluído o número
dois na liderança da organização, Raúl Reyes.
O ataque surpresa levou ao ponto máximo as tensões
regionais e provocou um impasse nas relações
diplomáticas entre Colômbia e Equador, que foram
restauradas 20 meses mais tarde.
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