Brasília - A presidente eleita Dilma Rousseff
(PT) afirmou, em entrevista à TV Brasil, na noite de
segunda-feira, que pretende reajustar o valor do Bolsa
Família - programa de distribuição de renda lançado no
governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ela
disse que ainda não decidiu se o reajuste do benefício
fará com que o governo revise o Orçamento da União
aprovado para o próximo ano.
“Eu pretendo ver isso com mais detalhe. Agora, eu
pretendo reajustar os benefícios do Bolsa Família”, afirmou.
“O Orçamento é uma peça que está sempre num quadro com o
qual você opera. É possível conseguir que haja mais recursos
para aquilo, dependendo de suas prioridades. Agora, eu tenho
o objetivo de reajustar e garantir os recursos do Bolsa
Família para que eles não tenham perdas inflacionárias e que
tenham ganho real”, disse Dilma, durante o programa
Brasilianas.org.
De acordo com Dilma, a erradicação da pobreza será a meta
central de seu governo. “É uma questão de concepção. Na
concepção do projeto que eu represento, e do qual,
obviamente, o presidente Lula é um dos grandes líderes, o
crescimento econômico não pode ser desvinculado da melhoria
das condições de vida da população. A questão social não é
um adereço de mão, não é um anexo ao nosso programa, nem ao
nosso governo. Eu vou tornar essa meta de erradicação da
pobreza como uma meta central.”
A presidente eleita disse ainda que tem interesse em
aumentar a participação das mulheres em seu governo, mas que
isso não significa “criar cotas”. “Tenho todo interesse em
ocupar os quadros ministeriais com muito mais mulheres, mas
também não vou fazer regime de cotas. Se as mulheres forem
maioria é porque foram competentes.”
Dilma disse ainda que poderá manter alguns dos ministros do
governo de Lula, mas evitou adiantar em quais áreas. “É
possível manter nomes e não vejo nenhum problema nesse
sentido.”
A presidente eleita afirmou ainda que dará prioridade às
reformas política e tributária, mas que o ritmo de trabalho
será ditado pelo Congresso. “Darei uma prioridade grande à
reforma tributária e à reforma política, mas os prazos serão
aqueles mais adequados ao trânsito no Congresso.”