Explosões matam 40 e ferem
mais de 300 no Iraque
Ao menos 36 pessoas morreram e mais de 300
ficaram feridas em uma série de ao menos dez explosões
em áreas predominantemente xiitas de Bagdá, informou o
ministro iraquiano da Saúde, Saleh al Hasnawi, nesta
terça-feira. A maior parte dos feridos já foi liberadas
dos hospitais, de acordo com o ministro.
"Dez carros explodiram com bombas dentro deles. Havia
também quatro bombas plantadas ao lado de ruas e
estradas e duas granadas, todas em bairros xiitas",
confirmou anteriormente um porta-voz de segurança de
Bagdá, o major-general Qassim al Moussawi.
Os atentados usaram uma combinação de carros-bomba e
explosivos plantados em estradas e ruas.
Os ataques ocorrem apenas dois dias depois de um
atentado contra uma igreja católica em Bagdá que deixou
52 mortos. Na ocasião, os extremistas invadiram a igreja
Nossa Senhora da Salvação, uma das maiores de Bagdá,
durante a missa de domingo e exigiram a libertação de
todos os prisioneiros da Al Qaeda no Iraque e no Egito.
Tiroteios esporádicos ocorreram por várias horas no
bairro de Karrada, próximo da região de segurança
reforçada conhecida como Zona Verde, onde se concentram
as embaixadas e edifícios governamentais. Helicópteros
militares dos EUA e do Iraque sobrevoavam a área,
isolada pelas forças de segurança.
Testemunhas disseram à televisão local que homens
armados, possivelmente usando cinturões com explosivos,
forçaram a entrada na igreja no domingo e mataram pelo
menos um padre. Autoridades disseram que eles ameaçavam
matar os 120 reféns mantidos no local se não fossem
libertados todos os prisioneiros da al Qaeda no Iraque e
no Egito.
O grupo Estado Islâmico do Iraque, vinculado à Al
Qaeda, assumiu a responsabilidade contra a igreja, que
chamaram de "toca suja da idolatria, e deu o prazo de 48
horas para a Igreja do Egito libertar os muçulmanos
"presos nos mosteiros" do país, afirmou o centro
americano de monitoramento de sites islâmicos (SITE).
O episódio começou quando o grupo armado tentou
entrar na Bolsa de Valores de Bagdá, localizada em
frente à igreja católica. A polícia informou que seis
pessoas foram mortas ali, incluindo dois policiais, e os
agressores rumaram à igreja, onde uma missa era
celebrada.
Moradores da região disseram ter ouvido explosões e
trocas de tiros. Há relatos de que os agressores não
eram iraquianos, mas árabes de países vizinhos.
Há cerca de 1,5 milhão de cristãos no Iraque. Muitas
igrejas foram bombardeadas nos últimos anos, mas
acredita-se que esta tenha sido a primeira vez que
cristãos foram feitos reféns.
IMPASSE POLÍTICO
A segurança iraquiana é prejudicada pelo impasse
político que domina o país desde as eleições gerais de
março, que não tiveram um vencedor claro.
Neste domingo, a imprensa iraquiana noticiou que o
bloco político Dawa, que representa parte da comunidade
xiita do país, planeja recusar um convite do rei saudita
Abdullah para conversas cujo objetivo seria ajudar na
formação de um novo governo.
O partido, do atual premiê iraquiano Nuri al Maliki,
agradeceu a oferta de Abdullah, mas disse que o Iraque é
capaz de resolver sozinho suas diferenças.
Comentário semelhante foi feito por Mahmoud Osman,
representante dos curdos. Mas o bloco de maioria sunita,
liderado pelo político secular Ayad Allawi, agradeceu a
oferta saudita.
O presidente iraquiano, Jalal Talabani, a quem a
oferta de Abdullah foi oficialmente dirigida, ainda não
deu uma resposta formal.
Fonte |