Caso Bruno: Dayanne diz que
plano era matar também filho de Eliza Samudio
BELO HORIZONTE - O Ministério Público
apresentou, nesta segunda-feira, no Fórum de Contagem,
durante audiência sobre o processo que investiga o
desaparecimento e morte de Eliza Samudio uma carta
escrita em setembro por Dayanne Souza, ex-mulher do
goleiro Bruno Fernandes. Na carta, ela relata que Luiz
Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, também acusado no
processo, pretendia matar Eliza e o filho.
O teor da carta foi confirmado por Dayanne, durante
depoimento no início da tarde. Ela disse também que após
o início das investigações sobre o desaparecimento de
Eliza, Bruno se reuniu com a família na casa da avó, em
Ribeirão das Neves, na Grande BH. Aos prantos, ele teria
dito que seria preso e que a carreira estava encerrada.
No depoimento, a ex-mulher do goleiro disse, ainda,
ter visto a amante de Bruno pela última vez no sítio do
atleta, no mesmo dia em que Eliza teria sido
assassinada, segundo a polícia. Ela negou envolvimento
com os crimes dos quais foi acusada.
- Deus não vai permitir que pese em meus ombros algo
que não fiz - afirmou a mulher, que também disse não
conhecer o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o
Bola, acusado pela polícia de ser o executor da modelo.
Durante a sessão, ainda foi lido um depoimento
prestado por Dayanne à polícia. Na ocasião, ela afirmou
que viu Bruno apresentar o filho de Eliza como sendo
dele. A paternidade ainda não foi confirmada
oficialmente.
Nove réus acusados do desaparecimento de Eliza vão
depor
Após o depoimento de Dayanne, serão ouvidos Elenilson
Vítor da Silva, Flávio Caetano, Wemerson Marques e
Sérgio Rosa Sales. A sessão é presidida pela juíza
Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, do 1º Tribunal do Júri
de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Para terça e na quarta-feira estão previstos os
depoimentos de Bruno; Macarrão; Marcos Aparecido dos
Santos, o Bola; e Fernanda Gomes de Castro.
Durante o inquérito policial, Sérgio Rosa, primo do
atleta, foi o único que colaborou com a investigação e
prestou depoimento à polícia. Orientados pelos seus
advogados, os outros oito réus disseram que só falariam
perante um juiz, o que deverá acontecer a partir de
hoje.
Na última sexta-feira, Quaresma solicitou o adiamento
dos depoimentos, sob a alegação de que a defesa não
teria tido acesso a partes do processo divulgadas
recentemente por meios de comunicação. O pedido foi
negado pela juíza do Marixa Rodrigues.
Neste fim de semana, o goleiro Bruno recebeu a visita
da noiva Ingrid Oliveira e de um procurador do Flamengo.
O réu Luiz Henrique Romão recebeu a visita dos pais.
O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos é
processado por homicídio qualificado, formação de
quadrilha e ocultação de cadáver. Os outros réus
respondem por homicídio triplamente qualificado,
ocultação de cadáver, sequestro, cárcere privado e
corrupção de menores.
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