Henrique Meirelles não
continua no Banco Central
A presidente eleita, Dilma Rousseff, decidiu
não manter Henrique Meirelles no comando do Banco
Central, disse na segunda-feira uma fonte próxima ao
futuro governo.
As especulações em torno da permanência ou não de
Meirelles como presidente do BC aumentaram depois que Guido
Mantega foi convidado, e aceitou, a continuar à frente do
Ministério da Fazenda, segundo uma fonte.
Participantes do mercado defendiam a permanência de
Meirelles no cargo como contraponto ao ministro da
Fazenda e a uma política fiscal menos rigorosa. A fonte
disse que ainda não foi definido o substituto. A
assessoria do BC afirmou que o banco "não comenta"
reportagens com fontes anônimas.
A saída de Meirelles poderia abrir espaço para uma
política monetária mais frouxa, que permitiria a queda
da taxa de juros, entre as mais altas do mundo.
Um dia após as notícias sobre Mantega, jornais
publicaram que Meirelles não continuaria no cargo a
menos que Dilma pudesse garantir a autonomia do BC.
Na própria sexta-feira, Meirelles procurou abafar
eventuais ruídos de comunicação. Ele afirmou que "não há
condições impostas".
Ele acrescentou ainda que "a presidente eleita Dilma
expressou total apoio à autonomia do Banco Central
durante a campanha eleitoral".
Mas no fim de semana e nesta segunda-feira, notícias
publicadas na imprensa mostravam que Dilma teria se
irritado com as supostas condições apresentadas por
Meirelles para permanecer no cargo.
Segundo a fonte que conversou com a Reuters nesta
tarde, a questão da autonomia do BC está fora de
discussão, acrescentando ainda que o governo Dilma será
"responsável" na política monetária.
Na chefia do BC desde janeiro de 2003, Meirelles foi
o presidente que mais tempo ficou no cargo. Com atuação
no combate à inflação sempre elogiada, seu papel ganhou
ainda mais destaque na coordenação, junto com Mantega,
do combate aos efeitos da crise financeira global.
Entre os nomes mais cotados para assumir a
presidência do BC está o do diretor de Normas do banco,
Alexandre Tombini.
Fonte |