São Paulo, 26 (AE) - O CEO da Apple, Steve
Jobs, tirou mais uma vez a camiseta preta do armário na
quarta-feira da semana passada para apresentar novidades
no universo dos computadores de sua empresa. Sem a
expectativa de grandes revoluções ou surpresas, a
apresentação de Jobs teve foco em notebooks - uma das
mais tradicionais linhas de hardware da empresa.
O grande destaque ficou por conta do novo MacBook Air,
agora em versões com monitores de 11 e 13 polegadas. O
laptop, vendido pela Apple como segundo computador para
usuários exigentes, tem como grande vantagem a espessura
ínfima (1,72 cm na parte maior e 0,28 cm na mais fina)
aliada a impressionante poder de processamento.
As restrições, no entanto, são as mesmas a que
entusiastas da Apple já estão acostumados: espaço
limitadíssimo no HD (montado em memória Flash, como a de
pen drives), pouca memória RAM (apenas 2 GB) e
predileção por saídas proprietárias ou pouco comuns -
apesar das duas conexões USB, o MacBook Air usa saída
Mini DisplayPort para transmissão de vídeo em alta
definição, em vez da já popularizada porta HDMI. E quem
quiser ligar seu MacBook Air na televisão precisa apenas
comprar um dos diversos adaptadores necessários para
tornar a Mini DisplayPort compatível com qualquer
aparelho que não outro Mac.
A versão netbook do Air, com tela de 11 polegadas,
permite armazenamento de até 128 GB, com a opção mais
barata (R$ 3.200) trazendo o mesmo espaço em disco de um
iPod Touch - míseros 64 GB. A justificativa da Apple é
que menor espaço para armazenamento equivale a maior
espaço para a bateria (que continua não-removível), e
que, pelo próprio fato do Air ser um suposto segundo
computador, não deve acumular grande número de arquivos
ou programas.
O Air acaba disputando mercado com o próprio iPad,
apesar de serem estruturados de maneiras diferentes.
Ambos têm foco em usabilidade cotidiana e navegação, com
aplicativos pequenos e arquivos online. Apesar de não
contar com touchscreen, o trackpad do MacBook conta com
a tecnologia multitouch e ele ainda é capaz de encarar
entre cinco e sete horas de funcionamento com o Wi-Fi
ligado. Seu sistema de gerenciamento de energia que
possibilita até 30 dias do laptop ligado sem carga, em
modo stand-by.
ENTERRANDO O CD
Outra inovação apresentada pelo Air é o uso de pen
drive como disco de boot e reinstalação, no lugar dos
tradicionais CDs. O MacBook Air - assim como a maioria
dos netbooks no mercado - não conta com drive óptico
para CDs e DVDs. Ele pode ser comprado separadamente,
como periférico chamado de MacBook Air SuperDrive, que
usa uma das portas USB de seu notebook para funcionar.
Quem não quiser botar a mão no bolso para ler CDs no
MacBook tem ainda uma opção de compartilhamento de drive
com outro computador. Basta que os dois estejam
conectados em uma mesma rede sem fio que a ferramenta CD
Sharing ajuda o usuário do Air a acessar o drive no
outro computador.
INTRANET
A apresentação de Steve Jobs fechou também um círculo
da Apple em torno de si mesma. A transmissão online da
apresentação em vídeo podia ser vista apenas usando um
navegador Safari instalado em Mac com OS/X, ou no iOS de
iPhones e iPods Touch. Praticamente uma internet
particular, feita apenas para maqueiros.
E aproveitando o ecossistema criado ao redor dos
usuários de iPhone e iPad, a loja de aplicativos da
Apple também chega a seus computadores, integrada com a
próxima atualização do sistema operacional. O OS X da
Apple sai da versão Snow Leopard para virar Lion, mas o
lançamento oficial só deve acontecer no verão americano
do ano que vem (meados de 2011). Novos MacBooks ainda
saem com a versão atual do sistema, além do pacote de
aplicativos iLife, que permite criação de vídeos e
produção musical.
NO BRASIL
Os novos MacBooks já estão disponíveis para compra no
país. O Air netbook, com tela de 11'' e 64 GB de
armazenamento, tem preço inicial de R$ 3.200 (US$ 1 mil
nos EUA). Os modelos com tela maior (13''), de 128 GB ou
256 GB de memória Flash, estão sendo vendidos a,
respectivamente, R$ 4.600 e R$ 5.700 (US$ 1.300 e US$
1.600).