Chefe do resgate no Chile
ajuda em acidente na Colômbia
O chefe das operações de resgate dos 33
mineradores chilenos presos no norte do país, André
Sougarret, se mostrou disposto a colaborar no acidente
que deixou dois operários desaparecidos em uma jazida na
Colômbia. "Se nos pedem colaboração, estamos dispostos a
ajudar", disse Sougarret durante entrevista coletiva
nesta quinta-feira na mina San José, onde na noite de
quarta-feira foram concluídos os trabalhos de resgate.
O acidente com os dois mineradores colombianos
ocorreu na terça-feira na jazida carbonífera de La
Esperanza, a cerca de 60 m de profundidade, na cidade de
Tasco, no departamento de Boyacá. Após uma nova explosão
na mina nesta quinta-feira, ficou reduzida a esperança
de resgatar com vida os dois mineradores, Hernán Alfonso
Barrera e John Freddy Ordóñez.
André Sougarret, engenheiro civil de minas e gerente
da jazida El Teniente, propriedade da estatal chilena
Corporación Nacional del Cobre (Codelco), foi designado
para comandar a inédita operação que conseguiu resgatar
os 33 mineradores que estavam presos a cerca de 700
metros de profundidade.
Desmoronamento
Em 5 de agosto, um desmoronamento na mina San José, em
Copiapó, deixou 33 trabalhadores presos em uma galeria a
quase 700 m de profundidade. Após 17 dias, as equipes de
resgate conseguiram contato com o grupo e descobriram
que estavam todos vivos por meio de um bilhete enviado à
superfície. A partir daí, começou a operação para
retirá-los da mina em segurança.
A escavação do duto que alcançou os mineiros durou 33
dias. O processo terminou no dia 9 de outubro, sábado,
quando os martelos das perfuradoras chegaram até o
abrigo onde eles estavam. Concluída esta etapa, as
equipes de resgate decidiram revestir o duto - ainda que
parcialmente - para aumentar a segurança antes de
retirá-los. Este trabalho terminou no domingo pela
manhã.
Depois de muitos testes, o esforço final de resgate
teve início às 23h19 de terça-feira, 12 de outubro,
quando a cápsula desceu pela primeira vez ao refúgio dos
mineiros carregando o socorrista Manuel González - e
durou menos de 24 horas. Os trabalhos terminaram às
21h55 da quarta-feira, dia 13. A missão durou pouco
menos da metade do tempo estimado pelas autoridades, que
era de 48 horas.
Os trabalhadores foram içados dentro da cápsula Fênix
II, que tem 53 cm de diâmetro. Durante todo o percurso
de subida, eles tinham suas condições de saúde
monitoradas, usaram tubos de oxigênio e se comunicaram
com as equipes da superfície por meio de microfones
instalados nos capacetes.