Otan defende novo sistema
antimísseis na Europa
Os aliados da Organização do Tratado do
Atlântico Norte (Otan) defendem a aprovação de um novo
sistema antimísseis que protegeria a Europa, disse hoje
o secretário-geral da aliança atlântica, Anders Fogh
Rasmussen. Após uma reunião de 28 ministros de Relações
Exteriores e da Defesa dos países da Otan, ele estava
"bastante otimista" com a possibilidade de um sistema do
gênero ser formalmente adotado na próxima cúpula, que
ocorrerá em Portugal em 19 e 20 de novembro. Fogh
Rasmussen também pediu a adesão da Rússia ao
empreendimento.
"Eu me senti bastante encorajado com a determinação
dos aliados em modernizar a aliança para o século 21",
disse Fogh Rasmussen. "Nós estamos direcionados para um
consenso no encontro de Lisboa, o de que a Otan precisa
proteger a população no caso de um ataque balístico".
Fogh Rasmussen propõe expandir o atual sistema de
mísseis balísticos estacionado na Europa, o qual
passaria a cobrir todos os países membros da Otan e suas
populações contra possíveis ataques de países como o Irã
e a Coreia do Norte. "Nós também deveríamos oferecer à
Rússia a oportunidade de cooperar conosco", afirmou.
Os Estados Unidos apoiam o projeto do sistema de
defesa antimísseis. Mas os governos de alguns países da
Otan, como a França, têm uma visão negativa sobre o
projeto, citando os altos custos envolvidos e dizendo
que o sistema não poderá substituir uma dissuasão
nuclear robusta.
Com custo estimado de 200 milhões de euros (US$ 279
milhões), o sistema proposto por Fogh Rasmussen seria
bem mais barato do que o sistema antimísseis defendido
pela administração do ex-presidente norte-americano
George W. Bush, o qual foi abandonado por seu sucessor
Barack Obama. Mas também seria bem menos eficiente.
A Rússia se opôs à instalação de potentes radares e
baterias antimísseis perto das suas fronteiras
ocidentais. Mas não se opôs ao novo sistema, embora
autoridades russas tenham dito que ainda falta perceber
se as duas redes podem ser integradas.
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