Comissão de Ética
da Presidência investiga Erenice
BRASÍLIA/SÃO PAULO (Reuters) - A Comissão de
Ética Pública da Presidência da República decidiu abrir
nesta segunda-feira um procedimento preliminar para
investigar a conduta da ministra-chefe da Casa Civil,
Erenice Guerra, após denúncias veiculadas no fim de
semana.
A decisão, tomada em reunião que teve início neste
manhã, se segue a pedido da própria ministra para ser
investigada pela comissão após a divulgação pela revista
Veja de acusações contra ela e seu filho Israel.
"O pedido da ministra se converteu em um processo de
apuração de infração ética", disse a jornalistas
Sepúlveda Pertence, presidente da comissão.
Foi designado o conselheiro e advogado Fabio Coutinho
como relator do caso, que anunciou um prazo de dez dias
para a conclusão do procedimento preliminar de
investigação.
Também nesta segunda-feira, o assessor da
secretaria-executiva da Casa Civil, Vinícius de Oliveira
Castro, pediu exoneração do cargo, informa nota da
pasta.
Vinícius foi citado na reportagem como participante
de um suposto esquema para beneficiar empresas com
contratos no governo. O servidor declara que "repudia
todas as acusações".
Reportagem da revista Veja afirma que o filho da
ministra teria recebido dinheiro de um empresário para
intermediar um contrato com os Correios e que Erenice
teria se encontrado algumas vezes com esse empresário.
Erenice nega as acusações.
"Em ofício encaminhado à comissão, a ministra
reafirma a disposição de abrir os seus sigilos bancário,
telefônico e fiscal, se necessário, bem como os sigilos
de seu filho Israel", informou nota da Casa Civil.
Antes de assumir a Casa Civil em abril deste ano,
Erenice foi braço direto da candidata do PT à
Presidência, Dilma Rousseff, quando ela comandava a
pasta.
As denúncias contra a ministra Erenice ganharam a
campanha eleitoral e foram mencionadas pela propaganda
eleitoral na TV do candidato do PSDB, José Serra, e
também foram citadas pelo tucano durante o debate entre
os presidenciáveis promovido na noite de segunda-feira
pela RedeTV! e pelo jornal Folha de S.Paulo.
Dilma afirmou no debate que não poderia ser julgada
pelo que o filho de sua antiga assessora poderia ter
feito. E cobrou apuração das denúncias.
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