Dalai Lama adverte a Pequim
das consequências de não dialogar sobre Tibete
Budapeste, 20 set (EFE).- O Dalai Lama anunciou
nesta segunda-feira, em Budapeste, que a abertura de um
diálogo sobre o futuro do Tibete seria do interesse da
China e advertiu que Pequim pode "perder a confiança do
mundo" se não relaxar a sua postura.
O líder tibetano, exilado, disse, no Parlamento
húngaro, que segue aberto ao diálogo, "apesar da dura
política da China para o Tibete", aproveitando para
solicitar "certa liberalização política".
"Queiram ou não os políticos da China, o problema do
Tibete existe e é bem conhecido no mundo", ressaltou o
Prêmio Nobel da Paz de 1989.
Neste sentido, o Dalai Lama agradeceu o apoio que a
causa tibetana recebe no exterior e mostrou-se otimista
sobre o futuro da região. "Tenho certeza que cedo ou
tarde poderei retornar ao Tibete com passaporte chinês",
disse.
A respeito da crise econômica mundial, o líder
budista, de 75 anos, opinou que "até poderia ter
consequências positivas", já que, quando "tudo vai bem,
as coisas se transformam em evidência, enquanto agora
nos perguntamos o que é que está acontecendo".
O conselho do Dalai Lama para os tempos de crise foi
o de "trabalhar duro e ser otimista" e incitou o povo a
criticar os políticos que não cumprem sua tarefa de
organizar o trabalho.
"É preciso aproveitar a liberdade de expressão"
enfatizou.
Durante sua visita de três dias à Hungria, o Dalai
Lama expôs suas doutrinas diante de mais de 20 mil
pessoas, e disse que o respeito mútuo entre os credos só
será alcançado com a superação das diferenças
religiosas.
A passagem do líder tibetano pela Hungria será
concluída nesta segunda-feira com uma visita à
Universidade Centro-Europeia, fundada pelo magnata
americano de origem húngara George Soros, e com um
discurso no Parlamento, antes de partir rumo à cidade
alemã de Passau.
O Dalai Lama fugiu do Tibete em 1959, após o fracasso
de uma rebelião contra a ocupação chinesa, e desde então
lidera o Governo tibetano do exílio, a partir de
Dharamsala, um enclave aos pés do Himalaia, no norte da
Índia.
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