Convite para Dilma depor
fica para depois da eleição
O líder do PSDB em exercício no Senado, Alvaro
Dias (PR), formalizou à Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ) o convite para que a candidata do PT à
Presidência, Dilma Rousseff, preste esclarecimentos
sobre as novas denúncias de distribuição de propina na
Casa Civil. Mas o requerimento não será apreciado antes
das eleições por falta de quórum na comissão.
O presidente da CCJ, senador Demóstenes Torres (DEM-GO),
afirmou que o requerimento do tucano dificilmente será
apreciado antes da eleição porque não haverá quórum no
colegiado. Ele lembrou que será difícil convocar uma
reunião durante o recesso branco da Casa, já que os
senadores estão dedicados às eleições. Ontem, Dilma
declarou que não aceita convite de Alvaro Dias "nem para
cafezinho" e o acusou de criar "factoides" para
tumultuar o pleito.
Alvaro Dias protocolou nova representação à
Procuradoria Geral da República (PGR) em que pede a
investigação das novas denúncias veiculadas pela revista
Veja de que haveria esquema de distribuição de propina
na Casa Civil. Na prática, trata-se de um "adendo" à
representação protocolada na semana passada, em que
pediu ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel,
que investigasse denúncia de prática de lobby na Casa
Civil.
Na peça, a oposição pede que sejam investigados, além
de Dilma e Erenice Guerra: Vinícius de Oliveira Castro,
ex-assessor da Casa Civil, Stevan Knezevic, servidor da
Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), cedido ao
ministério, e o coronel Eduardo Arthur Rodrigues da
Silva, ex-diretor de Operações dos Correios.
Segundo a Veja, Vinícius teria recebido, em julho de
2009, propina no valor de R$ 200 mil para não revelar
suposta compra superfaturada de Tamiflu - medicamento
utilizado no tratamento da influenza A (H1N1), a chamada
gripe suína.
Na época, a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra
- que deixou o cargo na última quinta-feira - era
secretária-executiva da pasta e braço direito de Dilma
Rousseff (PT), titular do ministério. Dilma deixou a
Casa Civil em abril para se candidatar à Presidência da
República.