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Lula decide manter Erenice Guerra na Casa Civil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu manter a ministra Erenice Guerra (Casa Civil) no cargo após as denúncias de que teria atuado para viabilizar negócios nos Correios intermediados por uma empresa de consultoria de propriedade de seu filho, Israel Guerra.

Lula chamou Erenice domingo à noite no Palácio da Alvorada e recomendou que, se as denúncias são infundadas, ela deve apresentar respostas e provas "o mais rápido possível", segundo um interlocutor próximo ao presidente que participou do encontro.

Segundo esse assessor, Lula está "tranquilo" esperando os desdobramentos do caso.

Sábado, após ler as denúncias na revista "Veja", a ministra telefonou para o chefe-de-gabinete do presidente, Gilberto Carvalho, "aos prantos" e alegando não ser verdade.

Partiu da ministra a iniciativa de liberar os sigilos bancários e fiscais da família.

Nesta tarde, Erenice se reunirá com advogados para agilizar sua defesa. Ela contatou o escritório Tojal, Teixeira Ferreira, Serrano & Renault Advogados Associados por sugestão do ex-ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos.

A pedido da ministra, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu abrir hoje um procedimento preliminar para apurar a sua conduta. O conselheiro Fabio Coutinho foi escolhido para analisar a documentação enviada pela própria ministra à comissão.

Reportagem da revista aponta que o filho da ministra, Israel Guerra, e a empresa Capital Assessoria e Consultoria Empresarial, à qual é ligado, fizeram lobby para ajudar a MTA Linhas Aéreas a obter a renovação de uma concessão da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).

A renovação permitiu, depois, que a empresa assinasse um contrato em condições privilegiadas com os Correios. A revista diz que foi Erenice quem viabilizou o sucesso da atuação do filho. Segundo a reportagem, o dinheiro pago na intermediação teria sido citado pela ministra como necessário para cumprir "compromissos políticos."

No pedido enviado à comissão, Erenice informou "disposição" de abrir, "se necessário", os seus sigilos bancário, telefônico e fiscal, assim como os de seu filho Israel.

O assessor da Secretaria-Executiva da Casa Civil, Vinícius de Oliveira Castro, citado na reportagem como participante do suposto esquema para beneficiar empresas com contratos no governo, pediu demissão hoje.

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