Lugar de criança é na cama dela e no quarto
dela. E essa atitude deve começar desde cedo, ainda
bebê. Parece um sonho? Se o seu filho teima em dormir no
meio do casal, pare agora, antes que o sonho vire um
pesadelo. "Quanto mais tempo a criança dormir com os
pais, mais difícil será tirar esse costume", disse a
psicóloga Angélica Capelari, da Universidade Metodista
de São Paulo. Comece, portanto, a aplicar as dicas da
professora de psicologia para evitar problemas no
futuro. Para a criança e para o casal. Não é fácil,
requer paciência e perseverança, mas vale a pena.
1- A partir dos seis meses já é possível deixar o
bebê dormindo sozinho no seu próprio quarto. Só será preciso
levantar durante a madrugada para as trocas e eventuais
mamadas noturnas. É claro que deixar o bebê na cama dos pais
pode ser mais cômodo para eles, mas a especialista garante
que é bem mais fácil espantar a preguiça agora do que
ensinar a criança - já maior - a dormir no seu próprio
quarto.
2- Os pais podem se revezar nessa tarefa, já que não
é fácil levantar no meio da noite, com sono, cansado e, às
vezes, com frio.
3- Se o filho já está acostumado a dormir no meio dos
pais, é hora de reverter a situação. A rotina pode ser uma
grande aliada, portanto imponha um horário para a criança e
vá preparando a casa momentos antes: diminua as luzes,
desligue a TV e aparelhos de som e feche as janelas. Assim a
criança vai entrando num ritmo menos acelerado, mais
propício ao sono.
4- Coloque regras que possam ser cumpridas. Não
adianta dizer à criança que ela precisa dormir às 21h, mas a
casa continua agitada.
5- Nada de deixar a luz principal do quarto infantil
acesa. Se precisar, use abajur, bichinhos ou tomadas
iluminadas. Assim também fica mais seguro se caso a criança
levantar no meio da noite.
6- A hora de dormir deve ser um momento prazeroso. Os
pais podem contar histórias, colocar músicas suaves e
conversar sobre a rotina do dia até a criança dormir.
7- Essa transição não pode ser traumática para o
filho nem para os pais. Portanto, eles devem ficar no
quarto. Nos primeiros dias, deitados com a criança até ela
dormir. Depois, sentados. E, por fim, permanecer na porta
para dar boa-noite. Ou seja, vão saindo de cena aos poucos,
para a criança se sentir segura e eles não acharem que estão
abandonando o filho.
8- Os pais precisam colocar limites e não ceder a
manhas. Se ceder uma vez - por frio ou doença -, a criança
aprende que os pais cedem e vai repetir a manha sempre, não
importa onde e em que situação. É essencial não ceder a
choros, súplicas e chantagens: ela deve ser colocada de
volta na sua cama sempre que necessário. Uma hora ela
desiste.
9- Se a criança acorda no meio da noite e pede para
dormir com os pais, é bom investigar as causas. Se ela está
doente, deve continuar no quarto dela recebendo os cuidados
necessários dos pais. Se está com medo, vale dar um passeio
pelo quarto infantil, abrir armário e gavetas, olhar debaixo
da cama e observar cada cantinho para mostrar que não
existem monstros nem fantasmas. Mas, nunca a criança deve
voltar para a cama dos pais.
10- Um pedido para os pais deixarem o filho dormir
entre eles, sem desculpas (medo, sentimento de abandono,
doença fictícia), pode ser acatado eventualmente, mas é bom
deixar claro que é por um tempo limitado e a criança vai
voltar para a cama dela.