Iraniana Sakineh é
condenada à forca
Teerã, 27 set (EFE).- O procurador-geral do
Irã, Gholam Hussein Mohseni Ejei, anunciou hoje que
Sakineh Mohamadi Ashtiani, a mulher iraniana acusada de
adultério e cumplicidade no assassinato de seu marido,
foi condenada à morte por enforcamento pelo segundo
crime.
Em declarações divulgadas nesta segunda-feira pela
agência de notícias local "Mehr", Mohseni Ejei explicou
que, "de acordo com a decisão do tribunal, Sakineh foi
acusada de assassinato e condenada por este delito".
A decisão do tribunal suspende a execução de Sakineh
Ashtiani por apedrejamento, mas não a livra da pena de
morte, já que o assassinato no Irã é punido com a forca.
"A questão não deve ser politizada. O Poder
Judiciário não pode se deixar influenciar pela campanha
empreendida no Ocidente", acrescentou.
Meses atrás, o advogado da acusada, Mohamad Mostafei,
afirmou que Sakineh, de 43 anos, tinha sido condenada
por adultério e que seria executada por apedrejamento.
A pena despertou uma onda de protestos internacionais
contra o Irã, o que obrigou o regime a suspender a
sentença para que fosse reavaliada.
Há alguns dias uma mulher, que a televisão estatal
identificou como Sakineh, confessou ter mantido uma
relação fora do casamento e ter participado da morte do
marido.
A suposta condenada também criticou a campanha feita
por seu advogado.
Na semana passada, ele foi acusado pelo regime
iraniano de ter se aproveitado do interesse mundial pelo
caso para pedir asilo político na Noruega, onde está sua
família.
"O advogado tentou politizar o caso afirmando que sua
vida estava em risco por defender Sakineh, mas seus
argumentos só vão de acordo com seus interesses",
afirmou o porta-voz do ministério de Assuntos
Exteriores, Ramin Mehmanparast, durante entrevista
coletiva semanal.
O caso também deu início a uma polêmica dentro do
regime iraniano, com declarações contraditórias entre o
Executivo e o Poder Judiciário.
Na semana passada, o presidente iraniano, Mahmoud
Ahmadinejad, afirmou que não existia a condenação à
morte e que se tratava de propaganda, mas depois
comparou o caso de Sakineh com o de Teresa Lewis, que
foi executada na última quinta-feira nos Estados Unidos
por mandar matar o marido.
O Irã é um dos países que aplica mais penas de morte
no mundo.
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